Formação da opinião pública em 2018
Este blog foi escrito logo após as eleições
de 2018, mas poderia ser muito mais assertivo se tivesse previsto algumas
novidades:
1.
Lula foi preso, o que estava no
radar, mas não foi recolhido à prisão de São José de Pinhais. Na verdade,
ganhou um verdadeiro Comitê Eleitoral no Prédio da Polícia Federal em Curitiba.
Daquele ponto, ele incensou a própria candidatura até não poder mais e, então,
confirmou o seu poste. Petistas e outros simpatizantes estavam consternados com
a situação, a ponto de apoiarem sem restrições a candidatura de Fernando
Haddad. Pode parecer normal, mas não foi, porque dividiu o país ao meio (contra
ou a favor) e tirou o foco dos demais candidatos. Lula liderou as pesquisas de
intenção de votos enquanto manteve a possibilidade de concorrer.
2.
Na outra ponta, a Globo tinha
colaborado decisivamente para a desconstrução do PT. Como líder de audiência e
capaz de grande cobertura dos assuntos jornalísticos, a Globo foi quem mais
informou sobre o Mensalão, o Petrolão a Lava Jato e o processo de impedimento
da Dilma, expondo de forma inconteste todos os meliantes envolvidos, pessoas
físicas e jurídicas. Sem imaginar o próximo lance dos seus atos, a Globo fortaleceu
o movimento anti-PT.
3.
Foi o suficiente para
beneficiar o candidato Bolsonaro, que já navegava em curva ascendente entre os
eleitores de direita. Ele surfou consistentemente neste movimento anti-PT, mesclado
com um discurso de guardião da moral. No meio do caminho, para o bem e para o
mal, sofreu um atentado sério em Juiz de Fora. Ficou hospitalizado, o que lhe
proporcionou uma exposição online e offline que nunca teria. Estavam previstos
apenas 7” no horário gratuito de rádio e TV, mas a partir do hospital e com um esforço
incalculável nas redes sociais, ele dominou a mídia.
4.
Estava instaurada definitivamente
a polarização entre Bolsonaro e o PT, com vitória do primeiro, e todos os
demais candidatos jogados para escanteio.
5.
A internet e as mídias sociais
nunca foram dignas de grande nota nas eleições anteriores. Até que surgiu a
tecnologia do Whatsapp, espalhando com grande quantidade e velocidade
propagandas eleitorais e notícias verdadeiras ou mentirosas sobre tudo. O
Whatsapp influenciou a opinião e deixou o horário político do rádio e TV em
segundo plano. Discussões acaloradas foram criadas sobre o conteúdo do Whatsapp
sem que pouca gente soubesse se estava defendendo uma verdade ou uma mentira.
6.
Recentemente escrevemos:
“Triste é o país que forma opinião através do Whatsapp”. Mas a realidade está
posta.
Comentários
Postar um comentário